quinta-feira, setembro 29, 2022

Filhos

Falar de filhos é a coisa mais maluca que existe, deixa eu contar um pouco do meu porquê.

Diz minha mãe que quando perguntavam o que eu queria ser quando crescer eu dizia que queria ser mãe de muitos filhos! Eu fico imaginando uma criaturinha (eu) falando isso e o adulto ouvindo e pensando "pff, não sabe o que te diz!". Minha filha, creio que com idade parecida dizia que quando crescesse queria ser noiva e como era difícil tentar convencê-la de isso não era profissão!

O tempo passou e reduzi o número... até chegar a dizer que não queria nenhum! Pois é, eu justifico. 

Não é uma questão de puro egoísmo, mas sim eu até pensava que queria fazer tanta coisa que não daria tempo para ter filhos. Mas, algo que pesava muito era que colocar uma criança no mundo, na vida louca que se vive era muito mais egoísmo ainda, porque o mundo já tá carecendo de tanta coisa que mais uma boca precisando de espaço não é fácil.

Então, mais tempo passou. Eu decidi casar e sabia que o escolhido também não queria filhos - foi um dos motivos da escolha! Mas, em uma conversa um dia eu soltei algo como "morando em uma cidade pequena e sem muito o que fazer, como vai ser quando você ficar de saco cheio de me ouvir falar?" e a resposta foi "fazemos um filho". Demos risada, com aquele ar de hmmm acho que é por aí.

O fato de morar em uma cidade pequena, sem trânsito apertado e com a possibilidade de viver um pouquinho mais tranquilo comecei a achar que daria para ter um filho aqui. Um não, dois. Um filho longe de um núcleo familiar não seria justo para uma criança. E crescer sem um irmão menos ainda, mas isso é um texto para outra hora.

Bom, o resto é história! Os filhos nasceram, vieram cheios de tudo. Ensinam até quando sou eu que estou tentando dar a lição. Me abraçam com um amor que não tem medida, me olham com um amor que eu nunca senti. Revi muito das minhas metas, das minhas vontades, das minhas atividades.

Claro que não é tudo paz e amor! Na vida nada é 100% paz e amor, se fosse não teria graça. A gente briga, grita (pois é, não me orgulho disso), bate o pé e amarra a cara.

E, um dia, quando meu filho me disse que não queria crescer, queria ser meu bebê para sempre (as vezes eu também não queria, mas não posso dizer isso para ele!) eu só pude dizer que ele precisa crescer e talvez ter um filho para entender o que é o amor que eu sinto por ele hoje e poder sentir também o que ele sente por mim.