sábado, maio 08, 2010

Tão difícil que é?!

Uma vez fui a uma formatura de uma turma de 8ª série, de uma turminha com quem tinha tido muitos problemas, mas que ao longo dos dois anos que passamos juntos aprendemos a nos respeitar e gostar muito. Na formatura eu me lembrei de cada uma das "brigas" que tivemos, mas passou logo. E eu comecei a lembrar das nossas risadas, das brincadeiras, dos segredos que trocamos, da festa surpresa que ganhei de aniversário no meio do ônibus (duvido que mais alguém tenha tido uma dessa, com direito a bolo, velinhas e tirinhas de papéis coloridos no ar!), lembrei das conversas e das trocas de experiência, lembrei das coisas que EU aprendi. Hoje as experiências são outras, as histórias são outras. Mas aquilo que parecia uma dor insuperável quando eu sentia, que achava que nunca daria conta, agora deixou um gosto tão gostoso de que eu fiz quase direito (!) e uma saudade tão grande. Deixou grandes certezas e grandes saudades. Naquele dia a Soninha leu um texto, do Eduardo Galeano, que eu não conhecia e que gostei de mais, deixo aqui para pensar. E acredite, cada vez que for ler entenderá uma coisa diferente. A função da arte/1 "Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!"