sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Toda hora faz parte da vida

Já há bastaaaaante tempo eu curto fuçar na internet, principalmente porque adoro conversar com as pessoas, morro de saudade dos amigos... 

Comecei brincando no MIRC, é... quantos de vocês sabem o que é isso?! Há pouco tempo perdi contato com amigo daquela época!!!

Depois vieram os chats abertos, então MSN, depois Orkut.
Nossa! Foi revolucionário o Orkut! Achei gente que não fazia ideia de onde estava, até terminei namoro por lá, bom... terminaram por mim aquele! 

Entrei na onda do IMRadio, Formspreeng, Facebook, Twitter (X!) e alguns dos mais atuais - mas me recuso a ter todos. Mentira! Eu nem consigo acompanhar mais tudo o que aparece! 
Alguns mantenho a conta porque ... por quê mesmo??

Quando volto a entrar em alguns fico muito decepcionada comigo, é uma perda de tempo na maior parte das vezes. Eu fico pensando porque as pessoas em vez de ficar o dia postando o que estão fazendo na frente da tv, comendo (até surgiu a onde de contar passo a passo como vai a própria festa de casamento, o churrasco...) por que não conseguem curtir a verdade? (Não escrevi "de verdade" propositadamente). Por que não reúnem os amigos e vão tomar uma cervejinha gelada e comer umas porcarias, tomar um sorvete ou um suco de abacaxi?? Comer melancia na calçada?!

Eu me percebi tendo menos fotos nos últimos tempos. Mas também percebi que tenho sim memórias. Talvez um dia elas sumam, como fotos. Talvez seja o que irá manter a minha mente sã e um pouco mais "jovem", como fotos!

Mas é aí também que entram irmãos, amigos e velhos conhecidos, não? Para nos lembrar de um momento, de uma história ou de uma época. 

Eu sou feliz por ter histórias para lembrar. As ruins me deram lições. As boas ainda me tiram sorrisos.

"Toda hora faz parte da vida" eu li em um livro*. Embora no parágrafo seguinte algo me deixe um pouco aflita: "É mais tarde do que você pensa".



*A prisioneira do tempo - Kate Morton

quarta-feira, novembro 22, 2023

A melodia

Um sentimento complexo é o não pertencimento.

Em algum momento da vida a gente acha que não pertence a lugar algum e isso gera uma sensação de vazio, como se não tivesse nada que valesse a pena ao redor. Como se todo o esforço para poder se encontrar não fosse o suficiente.

O quanto da sua vida você dedicou a esse momento? Foi mesmo um esforço ou só flui?!

E aí, pensando no fluir... se não fluiu, se teve muito esforço, talvez a tribo simplesmente seja outra. Ou tenha passado o momento!

A gente muda, uma hora a gente quer garantir que a história contada seja o mais importante, em outra a gente só quer escutar a melodia. 

 


segunda-feira, outubro 31, 2022

Em um Dia das Bruxas, quantas bruxas a solta.

Não é um período fácil.

Eu poderia falar de governo, de política, dizer o quanto acho regressivo um mesmo partido se manter por muito tempo no poder, ou falar do quanto é demagogo associar uma figura política à imagem do Salvador. 

Poderia falar de como meu poder aquisitivo caiu e como fico preocupada todo dia 10. Poderia lembrar sobre quando Cristovam Buarque, em 2010, discutia entre outros inserir na constituição o direito de ser feliz.

Poderia dizer que existem argumentos lógicos que mostram que estamos indo para o caminho errado quando doenças, novas e velhas, aparecem na nossa porta e o quanto ficamos assustados pelas nossas crianças. Mostrar que é uma questão de causa e efeito a composição fisiográfica do nosso país - como um todo. E que justificar mudanças com três La Niñas seguidas é tapar o sol com a peneira 

Eu poderia lembrar o quão absurdo é julgar outrem e varrer os próprios erros para debaixo de um tapete transparente, que bastaria não olharmos apenas para nossos umbigos e veríamos os erros, os nossos e do entorno.

Eu queria dizer que as pessoas não se ligam a teorias conspiratórias, para todos os lados, para as suas fugas e suas fraquezas. É tão mais confortável saber que fizemos nossa parte.

Mas o que eu mais queria dizer é que não sinto essa dor no coração, que me pesa tanto. 

A dor do julgamento. De quem acha que me conhece, mas não se senta para uma conversa franca e desarmada. 

A dor do medo. Medo expressar uma opinião e não levar todas as consequências. Quem tem filho, e pensa de verdade neles deve sentir o mesmo. Medo de passar a informação a diante e ela ser totalmente entortada.

A dor da incerteza. De achar que temos solução, mas que depende da gente. Dessa gente... que eu faço parte 

quinta-feira, setembro 29, 2022

Filhos

Falar de filhos é a coisa mais maluca que existe, deixa eu contar um pouco do meu porquê.

Diz minha mãe que quando perguntavam o que eu queria ser quando crescer eu dizia que queria ser mãe de muitos filhos! Eu fico imaginando uma criaturinha (eu) falando isso e o adulto ouvindo e pensando "pff, não sabe o que te diz!". Minha filha, creio que com idade parecida dizia que quando crescesse queria ser noiva e como era difícil tentar convencê-la de isso não era profissão!

O tempo passou e reduzi o número... até chegar a dizer que não queria nenhum! Pois é, eu justifico. 

Não é uma questão de puro egoísmo, mas sim eu até pensava que queria fazer tanta coisa que não daria tempo para ter filhos. Mas, algo que pesava muito era que colocar uma criança no mundo, na vida louca que se vive era muito mais egoísmo ainda, porque o mundo já tá carecendo de tanta coisa que mais uma boca precisando de espaço não é fácil.

Então, mais tempo passou. Eu decidi casar e sabia que o escolhido também não queria filhos - foi um dos motivos da escolha! Mas, em uma conversa um dia eu soltei algo como "morando em uma cidade pequena e sem muito o que fazer, como vai ser quando você ficar de saco cheio de me ouvir falar?" e a resposta foi "fazemos um filho". Demos risada, com aquele ar de hmmm acho que é por aí.

O fato de morar em uma cidade pequena, sem trânsito apertado e com a possibilidade de viver um pouquinho mais tranquilo comecei a achar que daria para ter um filho aqui. Um não, dois. Um filho longe de um núcleo familiar não seria justo para uma criança. E crescer sem um irmão menos ainda, mas isso é um texto para outra hora.

Bom, o resto é história! Os filhos nasceram, vieram cheios de tudo. Ensinam até quando sou eu que estou tentando dar a lição. Me abraçam com um amor que não tem medida, me olham com um amor que eu nunca senti. Revi muito das minhas metas, das minhas vontades, das minhas atividades.

Claro que não é tudo paz e amor! Na vida nada é 100% paz e amor, se fosse não teria graça. A gente briga, grita (pois é, não me orgulho disso), bate o pé e amarra a cara.

E, um dia, quando meu filho me disse que não queria crescer, queria ser meu bebê para sempre (as vezes eu também não queria, mas não posso dizer isso para ele!) eu só pude dizer que ele precisa crescer e talvez ter um filho para entender o que é o amor que eu sinto por ele hoje e poder sentir também o que ele sente por mim.


terça-feira, junho 14, 2022

👀 Vê se cresce! 👀

A gente percebe que a vida muda, demora, mas percebe.

E que ótimo, não?

A gente fica triste com algumas descobertas, decepcionado com outras... E a gente também descobre que deixou triste ou decepcionou. Mas a gente também começa a sentir diferenças. 

Vai vendo que valores mudam e que isso não é ruim, não é grave, não é errado. As vezes a gente se segura em uma resistência de um sonho planejado ou de uma conquista a vista que provavelmente não vai acontecer de verdade. E é tão libertador quando a gente assume que tem novos sonhos e está tendo outras tantas conquistas!

Deixar a vida mudar e assumir isso talvez seja, e talvez só para mim, uma das maiores formas de amadurecimento.

terça-feira, março 08, 2022

Up

Eu gosto da mistura de cuíca e violino.

Eu gosto de farofa de galinha e de polvo na manteiga com vinho branco.

Eu gosto de seriado e de ler livros.

Eu gosto das mudanças que a vida faz, não todas. 

Dá para escolher viver as mudanças e brigar com elas ou só viver as mudanças, escolher quais mudanças devem ficar e quais mudanças queremos que continuem mudando. Dá para escolher o diferente sem deixar de amar o antigo.

Mudanças não deixam de acontecer porque alguém não gosta delas. Ninguém é igual por muito tempo.

E mudar é gostar de coisas diferentes, diferentes das coisas que se gostava antes e ainda assim continuar sendo o mesmo você.


quarta-feira, maio 06, 2020

vivemos covid-19

Estamos vivendo em um mundo diferente, desconhecido. Um momento de incertezas em que supomos que daqui para frente tudo será diferente.
Vivemos o estresse do medo, da incerteza, do confinamento (o que pode ser tão diferente para cada um), alguns da burrice e ignorância - no sentido mais amplo da palavra!
Vivemos.
A disparidade do que aceitar como verdade é assustadora.
Me pergunto o quanto as pessoas acreditam no que falam. Acreditam mesmo que todo o planeta está inventando um vírus? Acreditam mesmo que é mentira todos os números que lemos?
Eu acho que consigo sentir um pouco menos de raiva quando penso que essas pessoas não conseguem ver o diferente. Que algo aconteceu em algum momento e isso foi bloqueado. Minha preocupação verdadeira é que provavelmente (e talvez nem isso) mude se sentir a dor perto.

Mas assim como acho absurdo uma pessoa fechar tanto os olhos, também não me cai bem a ideia fatalista (apocalíptica, como diz uma amiga) de alguns.

Sempre achei que o que move o ser humano é amor e raiva, é esperança, é traçar um objetivo.

Será que não conseguimos traçar um objetivo comum e andar de mãos mandadas mais uma vez?

ps.: Mas é impossível não pensar que se conseguimos ofercer conhecimento científico e análise crítica a cada indivíduo, provavelmente não estaríamos em um momento tão caótico...