domingo, janeiro 22, 2012

Eu ia começar dizendo que “algumas pessoas simplesmente sabem viver”, mas seria um erro tão grande isso.
Não porque algumas pessoas não saibam mesmo viver, mas porque eu estava pensando num tipo específico de vida com viagens, e aventuras, e visões paradisíacas. Bom, isso é o máximo (?, !), mas não para todas as pessoas que eu conheço. Eu ainda admiro muitíssimo os que eu conheço que são felizes sem ter ser saído do seu jardim.
Por perto dos meus 14, 15 anos eu tinha uma colega que sonhava em casar e ter filhos. Ela agüentava as coisas mais absurdas do namorado e uma vez me disse (sim, com todas as letras) que preferia que ele fizesse “certas coisas” (foi isso que ela disse!) com as outras que com ela. Hahaha! Isso ainda me corroi! Consegue imaginar alguém querer ser “Amélia” por vontade própria desde sempre? Bom, mas não era esse o tema...  Acontece que hoje ela é super festeira, com várias fotos na memória e amigos em lugares diferentes.
E tinha outra, que eu vi fazer as coisas mais malucas, com as roupas e cabelos mais no estilo “Betty Rizzo de Nos tempos da brilhantina” - após revolução (!) - que eu já vi... as saias de couro e as meias pretas arrastão e o cigarro na boca, que gritava por liberdade de expressão, quase num estilo rebelde sem causa...essa casou e hoje é a mãe de duas crianças lindas e de uma família que vem se formando com um carinho muito aconchegante.
Nenhum dos dois estilos dos sonhos de adolescente me encantavam na verdade (embora minha mãe diga que eu sempre respondia que queria ser mãe de muitos filhos quando me perguntavam o que eu seria quando crescer!).
Acho que eu nunca consegui decidir exatamente o que eu queria, nunca fui extremamente fiel a um estilo não... Eu já usei camiseta do Bob Marley, aprendi a escutar The Doors e achei o máximo Biquini Cavadão ...  nunca vesti botina e pulseiras de couro com pinos prateados, mas já sai com boina colorida e com as cores rastafari!
Já pensei em ser piloto de avião, química (até parece!), médica, arquiteta, mas nunca deixei de sonhar em aprender a cozinhar com grandes Chefs. Resolvi ser bióloga, invisto tempo e dinheiro nisso e, como diria um cara que eu conheci, “uma gota de sangue todos os dias”! Mas nunca passou pela minha cabeça abraçar uma árvore que estava pra ser cortada ou um navio que se aproximava de um atol... Um aluno uma vez me perguntou porque eu não era membro do Green Peace e a resposta é muito honesta, realmente acho que posso fazer algo, mas de forma diferente. Cada um com seu papel! Deixei de acreditar que vou conseguir fazer o que eu imaginava quando me formei, mas eu ainda tento...alguma coisa...
Disso tudo, o que mudou e o que não mudou, para quem quer que seja, não faz diferença. Não faz para mim. Quando nos dizem “bem vindo ao mundo adulto” a gente percebe que não faz mal nenhum em mudar nossas escolhas e torce para continuar mudando.
Fico contente em pensar que posso ajudar a formar novas idéias, em algumas cabeças que seja, que a vida está caminhando e que eu tenha feito escolhas ótimas e outras que dá vontade de me esconder de vergonha e ou raiva e que, graças a Deus, o carro dos meus sonhos não é mais um Kadett branco pérola conversível!!!!

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